créditos

Direcção, organização e redacção
Álvaro Lobato de Faria e Zeferino Silva

Tuesday, October 7, 2008

Tereza Trigalhos // António Inverno


O MAC
Movimento Arte Contemporânea

inaugura no proximo dia 4 de Novembro,terça feira, pelas 19 horas

a exposição individual de

Tereza Trigalhos

no seu espaço da

Av. Álvares Cabral,58/60 em Lisboa.
a ver :
Entrevista com
Tereza Trigalhos
Cartaz das Artes TVI
na emissão de
5ªfeira, 20 de Novembro


"Proscritos"




A mostra estará patente ao público até 28 de Novembro de 2008,

de segunda a sexta das 13h às 20 h

sábado,das 15h às 19h

domingo, por marcação Tm 96 267 05 32


"Alegria"


Pintora com vocação, Tereza Trigalhos, tem a consciência do rigor, da técnica e da matéria no contexto da pintura, onde a figura do ser humano, é a essência da sua mensagem.
Basta o mais ligeiro olhar sobre as suas obras, para detectar as fontes do seu ideal estético.
Os seus rostos, por vezes encobertos e indefinidos no acabamento, ou acentuados com traços fortes e marcantes, situam-se no limiar, na tangência do intraduzível real e conduzem-nos de imediato ao mundo próprio da artista, que é o de expressar o lado telúrico do homem e da mulher.
Não há a procura de um abstraccionismo gratuito ou de qualquer subjectividade rebuscada, mas sim a tentativa de definir plasticamente as personalidades mutáveis do inconsciente colectivo.
Numa primeira fase, o observador, pode ver reflectida nalgumas expressões, uma certa angústia, em perfeita simbiose com algo do quotidiano da nossa época.
Tereza Trigalhos traduz com pujança incomum, a nitida visão pessoal, o definível nas transmutações diárias, daí encontrarmos uma certa coerência nas suas personagens subtilmente diferenciadas através de cores incisivas e dinâmica de traços.
Nalguns momentos apercebemo-nos que a artista se contesta e, o uso das tonalidades utilizadas nas suas telas marcam essa deflagração íntima.
Tereza Trigalhos endossa linhas bastante viris, nada eufemistas, visíveis, sobretudo, na maneira vigorosa de sublinhar o desenho, onde se nota, uma vontade e um querer impositivo.
A artista necessita pois, de uma grande amplitude para produzir, uma notória ânsia de liberdade que marca a sua excelente pintura: luz, ar, espaço, são fundamentais.
Uma arte que se impõe pela franqueza e pela vontade interior, conseguindo um conjunto estético, cultural e histórico impressionante, pela qualidade, oportunidade e volume.
Através do seu trabalho Tereza Trigalhos é capaz de expressar as inquietudes, a criatividade nos universos líricos, trágicos ou dramáticos que constrói.
Nas suas telas retomadas com segurança e contemporaneidade, faz séries de oferendas visuais inquietantes.
Imagens de forte impacto visual, formas recorrentes, a alimentar um desejo de comunicações construtivas/destrutivas, que, parecendo figurativas, mas ultrapassando com mestria essa fronteira, transportam em si a enorme força que só é possível quando o que está em causa é a pintura na verdadeira acepção da palavra e á qual Tereza Trigalhos tão sabiamente se dedica.

Álvaro Lobato de Faria

Director Coodenador do MAC


____________________

a ver:

5ªfeira,20 de Novembro de 2008

Entrevista com

António Inverno

Cartaz das Artes TVI

___________

O MAC

Movimento Arte Contemporânea,

inaugura ainda no dia 4 de Novembro, pelas 19 h,

na Rua do Sol ao Rato 9C em Lisboa

a exposição individual de pintura de


António Inverno



"Composição I"

"Sala dos Poetas"

A mostra estará patente patente ao público até 28 de Novembro de 2008,

de segunda a sexta das 13h às 20h,

sábado das 15h às 19h,

domingo,por marcação Tm 96 267 05 32

____________

texto de apresentação


António Inverno pintor, é um construtor de imagens.
Um reinventor que utiliza sabiamente, os ingredientes como aqueles que habitualmente (re)conhecemos nos registos pictóricos mais variados.
Um construtor de imagens que utiliza e conjuga na sua mesa de trabalho as emoções e as mais variadas relações perceptivas e sensoriais, não se limitando à simples colagem de géneros, antes digerindo e conjugando plasmas visuais, aptos para estabelecer uma outra via do entendimento, do seu entendimento, construindo em constelação galáctica um universo muito próprio.
E aqui é preciso referir que falamos de um factor cognitivo, ao nível do entendimento das coisas. É também uma alusão aos fragmentos da memória que a um tempo visitamos.
Escrever sobre este Homem é reinventar também a felicidade de poder discernir as dimensões estéticas e poéticas que um artista pode atingir, resolvendo dentro de si próprio, e por si, contradições que lhe serão alheias.
Quando em 1993 o conheci, estava já consolidado entre o meio artístico nacional e internacional como o grande serigrafo português. De facto, o meio artístico era presença assídua do seu atelier, pólo dinamizador da vida cultural lisboeta.
Do Bairro Alto, do Chiado, da Bica, e de tantos outros cantos da cidade acorriam à oficina da Rua da Emenda novos e consagrados, unidos num ambiente de partilha que o António Inverno sempre soube alimentar, onde o trabalho se transformava em tertúlia, em lição, para aqueles que saídos da Escola de Belas-Artes ali vinham à procura do conselho do Mestre.
Nas lições que deu, António Inverno cresceu como Homem, cresceu como serigrafo, marcando gerações de tendências várias, divulgando e difundindo o trabalho de dezenas de artistas que hoje marcam o panorama das Artes Plásticas Portuguesas.
E cresceu como pintor.
Dessas memórias soube retirar o essencial para desenvolver um trabalho de indagação constante. Indagação plástica, cromática e formal, mas indagação humana também, a marca que mais o distingue de tantos outros artistas que embrenhados no seu mundo não assistem ao mundo que os rodeia.
António Inverno é um “espectador” atento. E suga de tudo quanto o envolve a energia criativa para construir uma expressão plástica autónoma num percurso feito pelas memórias que o ligam às raízes desse Alentejo de menino, da festa dos touros e das vacadas, da festa brava que vem também encontrar em Lisboa e tantas vezes eternizou, pelas memórias que o ligam à velha António Arroio onde aprendeu a ser o melhor, pelas memórias de gerações inteiras que viu crescer, que viu consagrar e viu tranformarem-se nos grandes artistas portugueses do século XX.
Atento. E singular no companheirismo e generosidade para com aqueles que procuraram o seu talento, António Inverno é, no fundo, um contador das “estórias” da arte portuguesa, o mestre dos grandes.
Passados que serão os passos da vida, ficará sempre a marca deste Homem em todos e em cada um de nós.

Álvaro Lobato de Faria

No comments: