créditos

Direcção, organização e redacção
Álvaro Lobato de Faria e Zeferino Silva

Tuesday, October 26, 2010

Isto é Selvagem como a Gramática da Pele








JOÃO DUARTE

escultura



JOSÉ MANUEL SIMÕES fotografia



Dia 11.

Isto é selvagem como a gramática da pele. O corpo procura ter
nexo com o futuro, ganhar tempo, projectar nele o animal que
não pára de andar à minha volta. Fico-me pelo que era, ou éra-
mos, não pelo que sou. Ou somos. Nestes dias, a água é lenta e
paciente, já não é filha do relâmpago, é agora uma fábula.
Escrevo com a memória das coisas, arrepio-me, sou uma canção.
Hoje celebro um outro contrato com a vida. A alínea do corpo é
retirada. Revogo o arrependimento e as lágrimas, estabeleço uma
labareda em seu lugar. Há uma pequena glória, como a alegria do
gelo na primavera, quando derrete e se transforma em regato, e
se transforma em rio, e se transforma em mar, e se transforma
em oceano, e se transforma em chuva, e se transforma em gelo,
e se transforma. E se transforma.
E me transforma.
JOAQUIM PESSOA
prosa


O MAC - Movimento Arte Contemporânea convida V/Exas. para a inauguração da exposição

Isto é Selvagem como a Gramática da Pele,

a realizar nos nossos espaços em Lisboa,
no dia 2 de Novembro, terça-feira, pelas 19h00.
texto de apresentação

Nestes tempos, em que as relações entre seres se contrapõem , surge agora esta exposição trivectorial “isto é selvagem como a gramática da pele” representada por estas três obras que nos seus modos diversos de concepção e expressão se entrelaçam no conceito. Divergindo de um ponto comum, estes três autores partem da essencia comum das criações, do fulcro essencial do desejo, tomando a mulher-mater como princípio sagrado de todos os estádios e sensaçoes. A pele, aquele orgão total do corpo humano é chamado como receptáculo das emoções primeiras, que os autores transpõem para a obra, neste respirar essencial. Pele , receptáculo de todas as sensações, nas simples ou complexas crispações emocionais, íntimas até ao absoluto extâse, do ser complexo na sua sensualidade que é o Homem. Diálogo visual, crispação intensa, gramática imprevisivel que abarca todo o reflexo do Ser na sua relação sensual constante com o quotidiano e o espaço mais ou menos obscuro , mais ou menos luminoso que habitamos. Pele, reflexo de micro cristais da luz do sol que permite toda a sensualidade das formas nas suas mais diversas soluções. Agora, o Mac tem o prazer de receber neste espaço estes modos de sentir nas formas várias de expressão: a Poesia de Joaquim Pessoa, a Fotografia de José Manuel Simões e a Escultura de João Duarte. Bem hajam!

Álvaro Lobato de Faria director coordenador do MAC-Movimento Arte Contemporânea


A exposição estará patente até dia 25 de Novembro, dentro do horário de funcionamento da galeria.
Para mais informações sobre a exposição e artistas, consultar o nosso site
http://www.movimentoartecontemporanea.com

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